segunda-feira, 26 de julho de 2010

GRANDES MESTRES DA SOCIOLOGIA

1 Jean-Jacques Rousseau (1712-1778)
O Francês Rousseau está ligado à sociologia moderna por vários aspectos de sua obra. Mas sua contribuição mais significativa é talvez o questionamento sobre a legitimidade das instituições políticas, apresentado em sua obra Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens.
É famosa sua afirmação, na obra Contrato social: “o homem nasce puro a sociedade o corrompe”. Para Rousseau, a origem da sociedade é resultante de um contrato em que os indivíduos aceitam a existência e a organização de u poder político, dando legitimidade à passagem da liberdade natural à liberdade civil. Isso significa que a coerção social da sociedade sobre seus membros seria um meio necessário para evitar os efeitos negativos da liberdade natural dos indivíduos.

2 Augusto Comte (1798-1857)
Isidoro Augusto Marie François Xavier Comte, filósofo e matemático francês, nasceu em Montepellier em 19 de janeiro de 1798. foi o fundador do Positivismo. Fez seus primeiros estudos no Liceu de Montpellier, ingressando depois na Escola Politécnica de Paris, de onde foi expulso em 1816 por ter-se rebelado contra um professor. Foi então estudar Medicina em Montpellier, mas logo regressou a Paris, onde passou a viver de aulas e colaboração de Jornais.
A partir de 1846 toda a sua vida e obra passaram a ter sentido religioso. Desligou-se do magistério, dedicando-se mais às questões espirituais. Deixou de ser católico e fundou a Religião da Humanidade. Para propagar sua nova religião, manteve correspondência com monarcas, políticos e intelectuais de toda parte, tentando pôr em prática suas idéias de reformador social.
Sociologia – que a princípio Comte denominou de Física Social – é um vocábulo criado por ele no Curso de Filosofia positiva. Par Comte, a Sociologia procura estudar e compreender a sociedade, para organizá-la e reformá-la depois. Ele acreditava que os estudos das sociedades deveriam ser feitos com verdadeiro espírito científico e objetividade.
O pensamento de Comte provocou polêmicas no mundo todo e reformulações de teorias até então incontestáveis. Sua influência foi imensa, quer como filósofo social, quer como reformador social, principalmente sobre os republicanos brasileiros. O lema da nossa bandeira nacional – Ordem e Progresso, criado por Benjamim Constant – é de inspiração comtista.
Suas principais obras são: Curso de Filosofia Positivista (1830-1842) e Sistema de política positiva (1851-1854). Morreu em Paris em 5 de setembro de 1857.

3 Karl Marx (1818-1883)
Karl Heinrich Marx, filósofo e economista, nasceu em Trier, Alemanha, em 5 de maio de 1818. estudou na Universidade de Berlim, interessando-se principalmente pelas idéias do filósofo Hegel. Formou-se pela Universidade de Iena em 1841.
Em 1842 assumiu o cargo e redator-chefe do jornal alemão Gazeta Renana, editado em Colônia, onde tinha a postura política de um liberal radical. No ano seguinte transferiu-se para Paris. Lá conheceu Friedrich Engels, um radical alemão de quem se tornaria amigo íntimo e com que escreveria vários ensaios e livros. De 1845 a 1848 viveu em Bruxelas,participou de organizações clandestinas de operários e exilados.
Em 1847 redigiu com Engels o Manifesto comunista, primeiro esboço da teoria revolucionária que, mais tarde, seria chamada de marxismo. No manifesto comunista Marx convoca o proletariado à luta pelo socialismo. Em 1848, quando eclodiu o movimento revolucionário em vários paises europeus, Marx voltou à Alemanha, onde editou a Nova Gazeta Renana, primeiro jornal diário francamente socialista e que procurava orientar as ações do proletariado alemão. Com o fracasso da revolução, Marx fugiu para Londres, onde viveu o resto de sua vida.
Fundou, em 1864, a Associação Internacional dos Trabalhadores – depois chamada de Primeira Internacional dos Trabalhadores – com objetivo de organizar a conquista do poder pelo proletariado em todo o mundo.em 1867 publicou o primeiro livro de sua obra mais importante, O capital, em que faz uma crítica ao capitalismo e à sociedade burguesa.
Marx é o principal idealizador do socialismo e do comunismo revolucionário. O marxismo – conjunto de idéias político-filosóficas de Marx – propõe a derrubada da classe dominante (burguesia) por um revolução do proletariado. Marx criticava o capitalismo e seu sistema de livre empresa que, segundo ele, pelas contradições econômica internas, levaria a classe operária à miséria. Propunha uma sociedade na qual os meios de produção fossem de toda a coletividade.
Suas principais obras são: O capital (publicado entre os anos de 1867 e 1894), Manuscritos econômico-filosóficos (escrito em 1844 e publicado em 1932), A miséria da Filosofia (1847). Escreveu em parceria com Engels: A sagrada família (1844), A ideologia Alemã (1845-1846_, Manifesto comunista (1848). Marx morreu em Londres em 14 de março de 1883.

4 David Émile Durkheim (1858 – 1917)
Émile Durkheim, sociólogo francês, nasceu em Épinal em 15 de abril de 1858. estudou na École Normale Supeérieure de Paris, doutorando-se em Filosofia. Em 1885 foi estudar na Alemanha, sendo muito influenciado pelas idéias do psicólogo Wilhelm Wundt.
Ocupou a primeira cátedra de Sociologia criada na França, na Universidade de Bordéus, em 1887, ai permaneceu até 1902, quando foi convidado a lecionar sociologia e Pedagogia em Sorbonne.
É considerado o fundador da Sociologia moderna. Foi um dos primeiros a estudar mais profundamente o suicídio, o qual, segundo ele, é praticado na maioria das vezes em virtude da desilusão do indivíduo dom relação ao seu meio social.
Para Durkheim, o objeto de estudo da Sociologia são os fatos sociais, os quais devem ser estudados como “coisas”. O sistema sociológico de Durkheim baseia-se em quatro princípios fundamentais:
1 – A Sociologia é um ciência independente das demais Ciências Sociais e da Filosofia.
2 – A realidade social é formada pelos fenômenos coletivos, considerados como “coisas”.
3 – A causa de cada fato social deve ser procurada entre os fenômenos sociais que o antecedem.
4 – Todos os fatos sociais são exteriores aos indivíduos, formando uma realidade específica.
Segundo Durkheim, o ser humano e um animal que só se humaniza pela socialização.
Em seus estudos, ele concluiu que os fatos sociais atingem toda a sociedade, o que só é possível se admitirmos que a sociedade é um todo integrado. Se tudo na sociedade está interligado, qualquer alteração afeta toda a sociedade, o que quer dizer que se algo não vai bem em algum setor da sociedade, toda ela sentirá o efeito. Partindo deste raciocínio ele desenvolve dois dos seus principais conceitos: Instituição Social e Anomia.
A instituição social é um mecanismo de proteção da sociedade, é o conjunto de regras e procedimentos padronizados socialmente, reconhecidos, aceitos e sancionados pela sociedade, cuja importância estratégica é manter a organização do grupo e satisfazer as necessidades dos indivíduos que dele participam. As instituições são portanto conservadoras por essência, quer seja família, escola, governo, polícia ou qualquer outra, elas agem fazendo força contra as mudanças, pela manutenção da ordem.
Aos problemas que ele observou, ele considerou como patologia social, e chamou aquela sociedade doente de “Anomana”. A anomia era a grande inimiga da sociedade, algo que devia ser vencido, e a sociologia era o meio para isso. O papel do sociólogo seria portanto estudar, entender e ajudar a sociedade.
Na tentativa de “curar” a sociedade da anomia, Durkheim escreve “A divisão do trabalho social”, onde ele descreve a necessidade de se estabelecer uma solidariedade orgânica entre os membros da sociedade. A solução estaria em, seguindo o exemplo de um organismo biológico, onde cada órgão tem uma função e depende dos outros para sobreviver, se cada membro da sociedade exercer uma função na divisão do trabalho, ele será obrigado através de um sistema de direitos e deveres, e também sentirá a necessidade de se manter coeso e solidário aos outros. O importante para ele é que o indivíduo realmente se sinta parte de um todo, que realmente precise da sociedade de forma orgânica, interiorizada e não meramente mecânica.
Suas principais obras são: A divisão do trabalho social (1893), As regras do método sociológico (1894), O suicídio (1897). Durkheim morreu em Paris em 15 de novembro de 1917.

5 Max Weber
Sociólogo, historiador e político alemão, 21-4-1864, Erfurt a 14-6-1920, Munique Weber é considerado, junto com Karl Marx e Émile Durkheim, um dos fundadores da sociologia e dos estudos comparados sobre cultura e religião, disciplinas às quais deu um impulso decisivo. A sua abordagem diferia da de Marx, que utilizou o materialismo dialético como método para explicar a evolução histórica das relações de produção e das forças produtivas. Contrastava igualmente com as propostas de Durkheim, que considerava ser a religião a chave para entender as relações entre o indivíduo e a sociedade. Para Weber, o núcleo da análise social consistia na interdependência entre religião, economia e sociedade. No seu conhecido ensaio A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo (1904-1905), Weber expunha por que haviam surgido no âmbito ocidental, e só aí, fenômenos culturais que iriam assumir um significado e uma validade universais. O protestantismo e, especialmente, o calvinismo haviam estabelecido as bases do sucesso econômico, da racionalização da sociedade ocidental e, por último, do desenvolvimento do capitalismo. Tudo isso a partir de conceitos como a ética da renúncia ao instinto (ascese interior) e o desencanto ante o mundo. Weber também procurou uma ética econômica das religiões que, com exceção do Islã, seria baseada em raciocínios histórico-empíricos (Ensaios para uma Sociologia da Religião, 1920-1921). Nas suas obras publicadas postumamente, Economia e Sociedade (1922) e Ensaios sobre Economia (1922), Weber estabeleceu as bases metodológicas para a análise da economia e da sociedade. O autor defendia que a investigação sociológica só era possível devido a uma multiplicidade de casos individuais, a partir do delineamento de modelos empíricos de análise, revelando-se este método decisivo nos estudos de cultura comparada. A sua concepção de uma sociologia abrangente partia do conceito de conduta social, segundo o qual a Ciência devia explicar o fenômeno social a partir da investigação do comportamento subjetivo, que vincula o indivíduo a seus atos. A investigação, independentemente de qualquer premissa ética, seria baseada nos interesses e nos juízos subjetivos do ser humano.

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